Não foi apenas a presença de cartazes colados às vidraças e fachadas das agências de bancos que alertaram à população que os bancários estão em greve, e não só em Porto Alegre e Região, mas no estado inteiro e pelo Brasil afora. Desde manhã cedo, piquetes de bancários e sindicalistas ajudam a sociedade a entender os motivos da paralisação, que começa e se desenvolve de forma muito forte. Apenas na terça-feira, 06/09, primeiro dia da greve, somente na área de abrangência do Sindicato de Porto Alegre e Região, foram 245 agências e postos de trabalho paralisados.
Em termos nacionais, esta greve em seu primeiro dia já é considerada a maior da história. Em resposta a proposta rebaixada da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), 7.359 agências, centros administrativos, Central de Atendimento (CABB) e Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) tiveram as atividades paralisadas. Este número equivale a 31,25% do total de agências no Brasil, segundo dados do Banco Central.
Proposta inicial ridícula
“A força da nossa mobilização, fez com que a Fenaban – que não queria negociar a sua proposta inicial ridícula – já chamou a categoria para nova rodada de negociações, na sexta-feira, 09/09, às 11h, em São Paulo”, analisou o presidente do SindBancários, Everton Gimenis. Os números da adesão são 17,7% maior do que os do primeiro dia do ano passado.
Funcionamento parcial
No Centro de Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira, muitos diretores do Sindicato e funcionários dos bancos marcaram a paralisação, principalmente frente às agências centrais da Caixa Federal e do Banrisul, na Praça da Alfândega. Operadores de negócios e plataformistas do Banco do Estado reforçaram a presença dos trabalhadores, enquanto as agências funcionavam parcialmente.
Precarização dos direitos trabalhistas
Entre as palavras de ordem nas reivindicações trabalhistas nesta campanha salarial, não faltou o coro de “Fora Temer”, deixando claro que a conspiração que retirou Dilma Roussef da Presidência da República, também tem relação com a pretendida precarização dos direitos trabalhistas e arrochos salariais que o grande empresariado – e os bancos – pretendem implantar. “Tudo isso nos dá ainda mais motivos para ficarmos firmes na luta em defesa dos nossos direitos”, completou Gimenis.
Apoio popular
A aposentada M.G.O., 72 anos, ao sair da Agência Central do Banrisul, quis saber o motivo daquela mobilização. Quando ficou sabendo que os bancários, pela proposta dos banqueiros, estavam ameaçados de não receber nem a reposição do índice de inflação, não teve dúvidas: “Estes homens não têm mais onde botar tanto dinheiro e ainda querem explorar seus funcionários. Que barbaridade! Estou com vocês!”, garantiu ela.
Fotos: Anselmo Cunha