Bancárias saem às ruas para defender conquistas das mulheres, a democracia e reafirmar luta contra o golpe

A terça-feira, 8 de março, ficará na memória de mulheres ativistas de mais de 74 entidades e dos homens sensíveis e cientes da discriminação que as mulheres sofrem na nossa sociedade. Será um dia em que não apenas os direitos das mulheres estavam sendo defendidos. Pois as ruas do Centro de Porto Alegre, desde às 17h, se pintaram em tons de lilás. Da Esquina Democrática até o Largo Zumbi dos Palmares, as bancárias, dirigentes sindicais, ativistas dos direitos das mulheres marcaram presença em mais um evento em defesa da democracia, das conquistas das mulheres e contra qualquer tipo de golpe.

A tradição do SindBancários é estar nas ruas para defender aquelas causas que mudam as pessoas e um país. Foi assim durante a Ditadura Militar, quando, em 1964, os militares tomaram o poder pela violência das armas. O Sindicato também protagonizou e participou ativamente da Campanha das Diretas Já em 1984 e agora segue a luta. A causa das mulheres é de fundamental importância para as conquistas da categoria. As bancárias já são maioria na nossa categoria. O Sindicato, inclusive, este ano, criou o Coletivo de Mulheres Bancárias.

Estudo do DIEESE, publicado na terça-feira, 8/3, mostra que a luta do SindBancários, da Fetrafi-RS e dos Sindicatos do Interior por maior participação das mulheres nos bancos gaúchos tem dado resultado. O estudo “Trabalhadoras no setor bancário do Rio Grande do Sul” mostra que nos últimos anos houve diminuição da desigualdade entre bancárias e bancários no Rio Grande do Sul no que se refere a vagas ocupadas em bancos públicos e privados. As bancárias aumentaram sua participação no mercado de trabalho do setor e conquistaram melhorias na distribuição salarial, mas as diferenças ainda estão distantes de terminar.

De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego, a participação feminina aos poucos vem aumentando. Em 1995 elas representavam 42% da categoria. Vinte anos depois (2014), elas ocupam 48% das vagas nas agências e postos bancários do Estado.

A diretora da Contraf-CUT, Carol Costa, reverberou essa mudança na Marcha das Mulheres. “Fundamos o Coletivo de Mulheres do SindBancários porque fazemos parte de uma categoria com maioria de mulheres. As mulheres trabalhadoras do sistema financeiros têm mais escolaridade que os homens, mas ganham salários menores. As mulheres sofrem assédio moral e assédio sexual nos banco e são obrigadas a transformarem os corpos em propaganda de venda de produtos dos bancos. Precisamos lutar contra essas especificidades que as mulheres sofrem e por mais espaços de poder, para que muito mais mulheres possam chegar nessas instâncias de decisão”, avaliou Carol.

A jornalista e coordenadora Telia Negrão, coordenadora do Coletivo Feminino Plural, Telia Negrão, durante seu discurso na Marcha, propôs que se ampliasse a forma de ver a a luta por direitos das mulheres.  “Possivelmente no mundo inteiro hoje as mulheres estejam se perguntando: até quando seremos assassinadas por sermos mulheres? Até quando seremos assassinadas por sermos negras? Se estivéssemos no poder, talvez estivéssemos fazendo uma democracia diferente. Mas, com certeza, escolheríamos a democracia. Queremos a paridade na política porque somos metade da população. O Congresso Nacional é branco, homem, proprietário, evangélico. E nós mulheres somos apenas 10% no parlamento”, explicou Telia.

A diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, lembrou da importância da atividade nestes tempos de ataques à democracia e Ameaças de golpe. “Dia 8 de Março é dia de reafirmarmos o caráter da nossa luta e também de deixar muito claro que vamos lutar sempre contra as injustiças e a favor da democracia. Não vamos aceitar retrocesso. Se existe retrocesso, somos nós, as mulheres, que mais sofremos. Nenhum direito a menos. Nossa categoria sempre defendeu a democracia. Além do mais, lutamos por igualdade entre homens e mulheres”, disse Denise.

Cláudia Prates, militante da Marcha Mundial das Mulheres em Porto Alegre, defendeu que as mulheres precisam estar sempre na luta. “A gente mostrou que precisamos ocupar as ruas. Porque tem muitos interesses em dizer que já conquistamos tudo. É verdade que obtivemos muitas conquistas com as nossas lutas históricas. Mas precisamos ver essas conquistas se materializarem na prática. Não temos direito de sair à rua porque corremos o risco de assassinato e de estupro. Todas as conquistas que alcançamos são pouco em relação ao poder que a gente tem”, avaliou Claudia.

A presidenta do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres e dirigente do Sindicato dos Jornalistas do RS, Vera Daisy Barcellos, espôs o caráter da organização da Marcha em 2016.  “A coordenação do movimento conseguiu reunir 74 entidades que lutam pelos direitos das mulheres para este grande ato unificado. Lutamos pela manutenção das nossas conquistas, em defesa da democracia e de uma mulher que ocupa a presidência da República. Entendo que a nossa luta enquanto luta das mulheres só terá êxito enquanto todas permanecermos unidas e solidárias”, disse Vera Daisy, referindo-se aos ataques sofrido pelo mandato da presidenta Dilma Rousseff.

Crédito fotos: Caco Argemi

Fonte: Imprensa SindBancários

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