Ato em Porto Alegre exige juros baixos e saída do presidente do Banco Central

No primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), nessa terça-feira (1º), um ato foi realizado em Porto Alegre pressionando pela redução da taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano, a mais alta do mundo. A manifestação, organizada pela CUT-RS e pelo SindBancários, ocorreu em frente à sede do BC, no Centro Histórico, com a participação de centrais, sindicatos, federações, movimentos sociais e do deputado estadual Miguel Rossetto.

A exemplo de outras manifestações promovidas em meio às reuniões do Copom desde o início do ano, os dirigentes sindicais e estudantes defenderam juros baixos e o afastamento do presidente do BC, Roberto Campos Neto, nomeado pelo ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro e com mandato até 31 de dezembro de 2024, diante da aprovação da chamada autonomia do BC no governo bolsonarista.

Gimenis e Amarildo

“Não vamos desistir desta luta”

“Não vamos desistir desta luta para reduzir drasticamente os juros no Brasil. O Banco Central e o Copom estão cometendo um desatino mantendo a taxa a 13,75%, com uma inflação de 3,5%. O país precisa crescer”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. Ele afirmou que, com o atual patamar, os setores produtivos em geral estão perdendo capacidade competitiva, prejudicando a economia e a renda do povo brasileiro.

“Estamos aqui para pedir ‘fora Campos Neto’ e não queremos que esse presidente do Banco Central continue dirigindo essa importante instituição, que hoje é autônoma em relação ao país e aos trabalhadores, mas está amarrada aos compromissos com o sistema financeiro”, denunciou Amarildo. Ele destacou que isso “compromete a retomada do desenvolvimento do país”.

Amarildo no BC

O dirigente da CUT-RS reivindicou a participação de um representante da classe trabalhadora no Copom. Ele disse que, frente à expectativa de corte nos juros, que seja uma taxa “que fique, no máximo, o dobro da inflação”.

Segundo Amarildo, as mobilizações vão seguir ocorrendo nas mesmas datas das próximas reuniões do Copom, mas de forma alternada: em uma ocasião, será feita uma marcha pelas ruas de Porto Alegre, assim como fizeram durante a última reunião os metalúrgicos, e na reunião seguinte uma manifestação em frente ao BC.

Campos Neto sabota o crescimento do Brasil

“O Brasil só não cresce mais porque o Banco Central sabota a partir do seu presidente o crescimento do país”, afirmou o deputado Rossetto. Para ele, “o presidente do Banco Central sequestra o futuro, o emprego e o desenvolvimento do país e impede que nós tenhamos uma nação desenvolvida”.

“É preciso reduzir a taxa de juros e construir uma política econômica de crescimento, com desenvolvimento e distribuição de renda”, frisou o parlamentar, salientando que “essa taxa de juros drena e sequestra recursos públicos para o rentismo e nós não queremos isso”.

BC-Rossetto

O presidente da Federação Democrática dos Sapateiros do Rio Grande do Sul, João Batista Xavier, apontou que “a alta taxa de juros traz desemprego e falência de indústrias”. Ele defendeu também o “fora Campos Neto” e disse que o caminho é o crescimento econômico, a geração de emprego e renda, mais educação e saúde, e o desenvolvimento do país.

Taxa de juros de 13,75% empobrece o país

O diretor financeiro do SindBancários, Tiago Vasconcellos Pedroso, falou sobre como a alta taxa de juros afeta a população. “Não bastasse a pandemia, a política genocida de um governo que entregou o país, temos também uma política de juros que é essa herança nefasta, que amassa a classe trabalhadora, pressiona o trabalhador, leva ao endividamento e só favorece a elite, os tubarões”, afirmou. Ele reforçou que a taxa de juros de 13,25% empobrece o país, acaba com as indústrias e impede o aumento da produção.

Conforme o dirigente, o sistema financeiro nacional precisa ser regulamentado, mas, em função do lobby dos grandes banqueiros e rentistas, isso não ocorre, fazendo com que não haja obrigações sociais nem compromisso com o país. “O povo é soberano, a sociedade não pode estar a serviço do sistema financeiro, o sistema deve estar a serviço da sociedade”, finalizou.

BC-Caroline

A diretora do Sindicato dos Aeroviários do Rio Grande do Sul, Caroline Barros da Silva, chamou a juventude a crescer como força dentro do movimento sindical e fortalecer a luta pela redução dos juros.

“Menos juros significa mais emprego para o nosso povo”, destacou a dirigente da Intersindical, professora Neiva Lazarotto, que defendeu também o fim da autonomia do BC. “Nós precisamos que o Banco Central esteja sob o controle do governo do país e de uma política econômica a serviço do desenvolvimento da nação”.

“Nós temos claro que a taxa de juros hoje representa para o país o esvaziamento dos cofres públicos para o capital financeiro internacional”, disse o dirigente da CTB-RS, Eder Pereira da Silva. “Essa taxa de juros só interessa aos donos de bancos, os investidores de fundos internacionais que vêm aqui e estão sugando o nosso país”.

Estudantes no BC

Houve ainda manifestações de outros dirigentes sindicais e representantes da Umespa e do Levante Popular da Juventude.

Ao final do ato, o presidente do Sindiágua-RS, Arilson Wünsch, enfatizou que “quem ganha com juro alto é o especulador”. Ele apontou que “cada percentual de redução dos juros significa mais recursos para o estado e o país fazerem investimentos”. Arilson aproveitou para convidar os presentes a se deslocarem até o plenarinho da Assembleia Legislativa para participar da plenária unificada em defesa da água pública e pela anulação do leilão de privatização da Corsan.

BC-Arilson

O vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis, que coordenou a manifestação, reforçou o convite do dirigente do Sindiágua-RS. “Nós, bancários, sabemos que, se passar um boi, passa a boiada. Se privatizar a Corsan, depois vem a Procergs e o Banrisul”, alertou Gimenis.

Assista à transmissão do ato:

Assista à reportagem do Seu Jornal da TVT:

Fotos: Matheus Piccini / CUT-RS

Texto: CUT-RS

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