Ato do SindBancários pede redução da taxa de juros e mudanças no Banco Central

Protestos foram realizados pelas entidades filiadas à Contraf-CUT em todo o país nesta terça-feira

O SindBancários promoveu, nesta terça-feira, um protesto em frente ao Banco Central (Bacen), no Centro de Porto Alegre, para pedir a redução da taxa básica de juros (Selic), a saída do presidente do Banco e denunciar seu atrelamento ao mercado financeiro. O ato, que teve o apoio da Fetrafi-RS, contou com as presenças de dirigentes de ambas as entidades, bem como da CUT-RS e da CTB RS, e ainda de parlamentares. Manifestações foram realizadas em várias cidades do país neste dia, convocados pela Contraf-CUT. Também ocorreu pela manhã um tuitaço com o uso da hashtag #JurosBaixosJá. 

Os protestos foram organizados após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidir manter a Selic no patamar de 13,75% ao ano, o maior nível em seis anos. Com isso, o juro real no Brasil alcança 7,38%, sendo o líder mundial em taxa de juros, na frente de México (taxa de 5,53%), Chile (4,71%) e Colômbia (3,04%), em um ranking de 40 países. As entidades representativas da categoria bancária denunciam que a alta taxa de juros só favorece o rentismo, pois quem mais ganha é quem tem título da dívida pública, ou seja, os bancos e o sistema financeiro, que estão lucrando com a alta da Selic. 

O secretário executivo do SindBancários, Luiz Cassemiro, explicou que a reivindicação é por uma taxa de juros que atenda aos interesses da população como um todo, não apenas de milionários e banqueiros. Ele destacou que os juros altos afetam diretamente o bolso dos brasileiros, já que há milhões de pessoas desempregadas e negativadas em função do custo da alimentação e outros itens básicos. “As altas taxas, além de elevar o endividamento do país, impactam negativamente a concessão de crédito. Precisamos de uma taxa de juros baixa para fomentar o mercado, o que consequentemente irá gerar mais emprego, renda e consumo”, afirmou.

Além de denunciar a política econômica equivocada, a diretora da Fetrafi-RS, Isis Garcia, falou sobre o momento de reconstrução do país, com o início do governo Lula, feito a duras penas. “A política econômica impacta nas nossas vidas, principalmente das mulheres, que já têm seu ganho reduzido e precisam pagar juros extremamente abusivos porque o presidente do Bacen, que deveria controlar a economia e sanar os juros, compactua para favorecer a elite que se instalou no país”, salientou. Segundo ela, o objetivo dos atos é mostrar que é possível buscar uma nova alternativa de país, com vida digna para todos, “e que poucos deixem de explorar muitos”.

O dirigente da Contraf-CUT, Mauro Salles, reforçou que o dia de mobilização visou informar e buscar o apoio da população sobre o tema. “A alta da Selic afeta a nossa vida, afeta o desenvolvimento do país. Juros baixos é uma pauta do povo brasileiro, pra poder ter crédito pros pequenos e médios empreendedores, pra população consumir e desenvolver o nosso país”, ressaltou. Para ele, o presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, foi indicado por Bolsonaro para sabotar o desenvolvimento do país, pois está à serviço dos ricos e contra o povo. Salles defendeu a demissão de Neto, bem como uma reforma tributária que penalize quem ganha mais e isente quem ganha menos.

Diretora do SindBancários, Ana Guimaraes falou sobre a relação de Campos Neto com Bolsonaro. “Ele faz churrasco com o ex-presidente, ele tá no grupo com os ex-ministros. Esse tecnocrata, ilibado, independente cometeu um erro crasso. No governo Bolsonaro disseram que tinha superávit, aí quando entra o Lula descobrem um rombo. Tem que parar com essas fake news de que tem que ser independente, tem que ser técnico, porque isso não existe”. Ela afirmou que é preciso uma diretoria do Banco Central comprometida com o povo brasileiro e com o desenvolvimento do Brasil, preocupada com as famílias que estão no nível de endividamento máximo, por ter alguém desempregado ou sem emprego formal. “Como esse povo se alimenta com uma taxa de juros desse tamanho?”, questionou.

Vice-presidente da CUT/RS, Everton Gimenis comentou sobre a questão da independência do Banco Central. “O Bacen hoje pode ter independência do governo e do povo brasileiro, mas não é independente do sistema financeiro, dos grandes banqueiros deste país e do exterior. O sistema financeiro nacional e internacional é quem manda no presidente do Banco Central, por isso hoje o Brasil tem a maior taxa de juros do mundo”, alertou. Conforme ele, a desculpa do governo Bolsonaro era de que a alta taxa de juros seria para conter a inflação, mas isso não ocorreu, já que outros fatores influenciaram na elevação da inflação. Entre elas o aumento nos combustíveis e no petróleo, a Guerra da Ucrânia e a crise econômica mundial.

O ato foi transmitido pela página do SindBancários no Facebook e pode ser assistido neste link.

Fonte: Imprensa SindBancários

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