Assembleia Nacional dos Banrisulenses mobiliza e fortalece defesa do Banrisul público neste sábado, 18/3, na sede da Fetrafi-RS

Um auditório Multipalco lotado, na sede da Fetrafi-RS, na manhã e início da tarde deste sábado, 18/3, deu a dimensão da disposição para resistência e luta dos funcionários do Banrisul de várias regiões do Estado e do país para a luta em defesa do banco público. Com a participação de deputados estaduais e federais, bancários de bancos privados, dirigentes sindicais bancários integrante de centrais sindicais, o encontro deu o tom do tamanho da mobilização dos bancários e bancárias para o Ato de Instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, no auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa, na próxima quarta-feira, 22/3, às 18h. Além da mobilização para defender o banco, os bancários aprovaram moções de repúdio às políticas de austeridade, privatizações e retiradas de direitos dos governos de José Ivo Sartori e Michel Temer, e aprovaram por aclamação uma carta dos trabalhadores e trabalhadoras do banco público à sociedade gaúcha (leia ao final desta matéria).

O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, reafirmou a  importância da mobilização dos banrisulenses neste momento e da participação no Ato de Instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul na Assembleia Legislativa. “No começo do governo Sartori, quando falamos em privatização do Banrisul, nos chamavam de alarmistas. No dia 22, temos que ter muito mais gente do que hoje aqui na nossa assembleia nacional, na Assembleia Legislativa. Precisamos botar povo na rua. Vinte e quatro deputados já assinaram a Frente. Mas tem muitos em cima do muro. Se a gente lotar o Dante Barone, vamos pressionar ainda mais para assinaturas”, enumerou Gimenis.

O presidente do SindBancários lembrou que uma janela de oportunidades se abriu para os banrisulenses manter o Banrisul público a partir da tese do encontro de contas entre o que o Estado deve para a União (cerca de R$ 50 bilhões) e o que tem de créditos da Lei Kandir a receber (aproximadamente R$ 43 bilhões). “O Sartori não vai ter coragem de pagar a exigência do Temer que é vender o Banrisul. Tem os créditos da Lei Kandir para receber. O que eles querem é ideológico. Reduzir o Estado e remunerar os grandes empresários com benefícios fiscais e afrouxar na sonegação. O Sartori desde o início do governo prega o caos, mas não busca outras soluções para a crise a não ser extinguir fundações e vender as empresas públicas”, acrescentou Gimenis.

O diretor da Contraf-CUT, da Fetrafi-RS e do SindBancários, Mauro Salles, contextualizou o ambiente político após o golpe do impeachment. “É hora de acreditar. Tem muita má notícia para os trabalhadores deste país a cada dia vindo dos governos federal e estadual. Estou sentindo um cheiro de virada na opinião pública. Mas ainda falta muito para isso. Temos que entender o que está ocorrendo neste país. Esta ofensiva das elites é articulada. Foi feita para se apropriar dos fundos públicos do país e reduzir os direitos trabalhistas para remunerar o grande capital”, analisou.

Para o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha, a recorrência das notícias da venda do Banrisul e de outras empresas públicas como a CEEE, a Corsan, a CRM, a Sulgás ocorrem com governos estaduais alinhados com interesses empresarias e sem compromisso com a população. “Este é um momento da vida nacional, da vida dos estados e principalmente do RS em que precisamos estar atentos e mobilizados para defender o patrimônio público. Mais uma vez o nosso banco vem à baila. Vêm a público as tentativas do governo de se desfazer do Banrisul”, lembrou.

A diretora da Fetrafi-RS e funcionária do Banrisul, Denise Falkenberg Corrêa, enumerou a importância econômica e social do Banrisul ao longo de sua história de 88 anos, fundado que foi pelo então presidente do Estado Getúlio Vargas, em 1928. “A grande maioria dos correntistas do Banrisul ganha até três salários mínimos. O Banrisul tem uma importância fundamental no combate à desigualdade. Muitos nos acusam de corporativistas. Estamos aqui para defender nossos direitos de trabalhadores, o que é muito importante, mas para além disso. Estamos também como cidadãos preocupados com o rumo que está tomando a nossa conjuntura. O Rio Grande do Sul já é um Estado mínimo. E a pergunta que fica é: o que melhorou? Nada”, afirmou.

Federalizar é o mesmo que privatizar

Proponente e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, o deputado estadual Zé Nunes (PT) contextualizou o cenário político e econômico-financeiro do Estado. Nunes disse que o governador José Ivo Sartori sabia muito bem da situação das finanças do Estado quando assumiu, uma vez que a crise fiscal vem de muito tempo. “É preciso compreender que o governo do estado está carregado de um ideário de querer construir uma solução num viés fiscal, do corte, da privatização. Não acredito nessa solução”, afirmou.

Zé Nunes lembrou do pacotaço de aumento de ICMS de 2015, do crescimento da receita do Estado, da ordem de R$ 3 bilhões por ano e que o atual governo não teve a atitude necessária para enfrentar a crise fiscal. “O governo quer convencer a sociedade de que este (a venda de estatais) é o único caminho. Fizemos um debate de dois anos sobre quais os caminhos a serem tomados. Alguém ouviu falar que o governo do estado apresentou um projeto de combate à sonegação? Não tem inciativa neste sentido, porque o governo tem compromisso com setores que serão atingidos pelo aperto na sonegação e nos inventivos fiscais.”

O deputado estadual enumerou também as perdas com a sonegação de impostos. Segundo Zé Nunes, foram mais de R$ 16 bilhões perdidos com sonegação em 2016. “Um mapa para a sociedade gaúcha da situação dos incentivos fiscais? Não tem. O governo propôs um projeto para a diminuição dos créditos presumidos. O projeto que foi feito tem um quarto de página. Não tem estudo. Não tem nenhuma indicação de que estão apertando os incentivos. Sabe quem eles vão quebrar? Os pequenos e médios abatedouros, pequenos e médios empresários. O governo não estudou as consequências. Mapa real dos verdadeiros beneficiados da isenção fiscal não foi feito. Projeto de desenvolvimento econômico? Qual o projeto de desenvolvimento? Não tem”, enumerou.

Sobre a importância do Banrisul, Zé Nunes explicou que a venda seria um erro que arriscaria o futuro de muitos empreendimentos urbanos e rurais no Estado. “Esse banco representa uma ferramenta importantíssima de desenvolvimento do Estado. O Banrisul é um caso de amor para os gaúchos. Tem microcrédito para pequenos agricultores. Tem programa para agricultura, de renda e inclusão. O Banrisul está no foco da ação privatista do governo Sartori e do governo Temer. Federalizar é a mesma coisa que privatizar”, finalizou o deputado.

Agenda de mobilização

Domingo, 19/3

10h: Mateada em Defesa do Banrisul Público junto ao Monumento ao Expedicionário do Parque Farroupilha (Redenção). Leve seu chimarrão e sua água quente.

Segunda-feira, 20/3

Caravanas por agências do Banrisul na Região Metropolitana e em todo o  Estado para mobilização à participação no Ato de Instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público na Assembleia Legislativa, na quarta-feira, 22/3.

Quarta-feira, 22/3

11h: Concentração na Praça da Alfândega, em frente à Agência Central do Banrisul, no Centro Histórico de Porto Alegre, para participação em Esquenta do SindBancários para o Ato de Lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público na Assembleia Legislativa.

13h: Transmissão ao vivo do programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, com participação dos jornalistas Juremir Machado da Silva e Taline Optiz, na Praça da Alfândega em frente à Agência Central do Banrisul.

16h: Início do credenciamento no Auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa, para o Ato de Instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público.

18h: Início do Ato de Instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público no Auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa.

CARTA DOS (DAS) BANRISULENSES À SOCIEDADE GAÚCHA

 As trabalhadoras e trabalhadores do Banrisul, reunidos em Assembleia Nacional nesta Capital, neste dia 18 de março, vêm a público convocar a sociedade rio-grandense para que se engaje na nossa luta em defesa do grande banco gaúcho.

O Banrisul foi fundado em 1928 pelo então presidente do Estado Getúlio Vargas com o propósito de fomentar o desenvolvimento da economia do Estado. A instituição cumpriu esse papel rigorosamente ao longo de sua existência, firmando importantes parcerias com prefeituras e servindo todos os setores da economia.

O Banco exerce a tarefa fundamental de ser o agente financeiro do funcionalismo público estadual e de um grande contingente de funcionários públicos municipais.

O Banrisul está presente em 98,5% do território do Rio Grande do Sul, com 536 agências e 698 postos de atendimento espalhados em 347 municípios, sendo que em 96 cidades é o único banco disponível. A instituição fomenta o desenvolvimento da agricultura, sobretudo familiar, de pequenas e médias empresas e constitui uma excelente ferramenta para os programas do governo estadual, a exemplo do microcrédito praticado na gestão anterior à de Sartori. Além disso, trata-se de um banco sólido e lucrativo, com patrimônio líquido de R$ 6,7 bilhões e que registrou lucro de R$ 643,5 milhões em 2016.

Mesmo com toda essa gama de serviços prestados ao povo gaúcho, seguidamente o Banrisul se vê ameaçado de privatização, às vezes mascarada de federalização. Isso já ocorreu nos governos de Antonio Britto e Yeda Crusius.

Agora, a ameaça de vem volta com muita força, posto que o projeto de governo do Sartori é o mesmo de Antonio Britto. Ou seja, tem foco no estado mínimo, com venda total das estatais e a liquidação de todas as demais instituições que prestam serviços à comunidade, vide o que fez com as fundações.

Por todo o acima exposto, pedimos que os gaúchos e as gaúchas abracem essa causa, não permitindo que o governador Sartori cometa mais esse equívoco de acabar com este importante instrumento da nossa economia.

Porto Alegre, 18 de março de 2017.

 Crédito fotos: Guilherme Santos

Fonte: Imprensa SindBancários

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