Por unanimidade trabalhadores aprovaram participação dos bancários da base do SindBancários na greve geral da sexta-feira, 14 de junho
Os bancários mais uma vez mostraram que estão firmes na luta em defesa dos seus e dos direitos de todos os trabalhadores. Na noite da quinta-feira, 6/6, no auditório da Casa dos Bancários lotado aprovaram em assembleia unânime a participação na greve geral, da próxima sexta-feira, 14/6. Na quinta-feira, 13/6, a partir das 18h, no auditório da Casa dos Bancários, haverá uma Plenária de organização da participação dos bancários na greve que começa no dia seguinte.
A greve geral, chamada pelas centrais sindicais, ocorre contra os projetos de ataques do governo Bolsonaro à aposentadoria, à educação, em defesa dos empregos e das empresas públicas. A pauta central são as mudanças na reforma da Previdência, contidas na PEC 06/19, apresentada pelo governo federal em 20 de fevereiro à Câmara dos Deputados. A aposentadoria aos 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, com 40 anos ou mais de contribuição, para o benefício integral praticamente acabam com o direito à aposentadoria.
O tom da assembleia foi de indignação e de mobilização. Sobretudo pelo discurso que contamina a consciência de luta dos trabalhadores. Segundo o presidente do SindBancários, Everton Gimenis, dissemina-se a mentira de que a reforma da Previdência vai fazer o país economizar R$ 1 trilhão em 10 anos e, como num passe de mágica, fazer a economia do Brasil voltar a crescer.
O presidente lembrou que, desde 2016, os trabalhadores têm sofrido derrotas seguidas e são induzidos a acreditar em melhoras de suas condições com uma estratégia de discurso que agora se repete com a reforma da Previdência. Duas delas ocorreram ainda no governo Temer. A aprovação da Terceirização e da reforma Trabalhista precarizaram as relações de trabalho. As duas foram vendidas na grande mídia como a salvação da economia no Brasil e da retomada dos empregos.
“Vamos conversar com os trabalhadores. Muitos pensam que a reforma da Previdência vai resolver o problema do baixo crescimento no Brasil. Estão contaminados pelo discurso das grandes redes de TV. Quando propuseram a reforma Trabalhista disseram que iam produzir 2 milhões de empregos por ano. O que aconteceu foi que o desemprego aumentou, chegando a quase 13 milhões de pessoas”, argumentou Gimenis.
Providências legais
A assembleia é uma das providências legais que o Sindicato toma para impedir que os bancos púbicos e privados cometam irregularidades e persigam trabalhadores que participem de um movimento que tem m amparo da lei. O Sindicato já publicou edital de chamada de assembleia e dará a devida publicidade à decisão de participação na greve geral da assembleia desta quinta-feira, 6/6.
“A assembleia é uma proteção que o trabalhador bancário tem de que todas as providências forama tomadas pelo Sindicato para que não haja perseguições àqueles que tiveram dificuldades de chegar em seus locais de trabalho por conta de dificuldades de deslocamento. Poderão haver descontos, mas o bancário não pode sofrer punições, como falta injustificada, com repercussões em sua carreira”, explicou Gimenis.
Assista abaixo a vídeo do presidente do SindBancários, Everton Gimenis, sobre a decisão da assembleia de participar da greve geral do dia 14/6,.
“Não temos elite no Brasil”
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, também participou da assembleia. Claudir lembrou que, desde a retomada da democracia no Brasil, com o fim da Ditadura Militar, nos anos 1980, os bancários estão na linha de frente das grandes disputas sociais por direito no Brasil. E agora, diante de um governo Bolsonaro que chegou para acelerar e obter a força ainda mais retrocessos, a resposta será a mesma.
“O governo Bolsonaro não achou seu rumo. Não sabe o que quer fazer. Mas o Paulo Guedes (ministro da Economia) sabe muito bom o que tem que fazer. Podemos passar para a história como os trabalhadores que receberam direitos, como a aposentadoria, o salário mínimo e o 13º, que não conseguimos sustentar esses direitos”, assinalou.
Para Claudir, uma das disputas que estão em jogo e que os trabalhadores precisam se mobilizar nesta greve diz respeito ao enfrentamento do centro de decisão sobre a reforma da Previdência. “Não temos uma elite no Brasil. Temos uma classe dominante que não quer nem mesmo que o trabalhador tenha salários e poder de compra para fazer a economia andar. Chegou a hora da verdade. Só tem um jeito de nos colocarmos no jogo: com uma grande greve geral”, acrescentou Claudir, fazendo referência ao acordo entre Bolsonaro e a Câmara dos Deputados para liberar por três anos emendas suplementares para cada deputado que votar a favor da reforma da Previdência.
Calendário de Mobilização
Quinta-feira, 13/6| 18h | Plenária de Mobilização à Greve Geral no auditório da Casa dos Bancários (rua General Câmara, 424, Centro Histórico de Porto Alegre
Sexta-feira, 14/6 | Meia-noite | Greve geral em todo o Brasil
Fonte: Imprensa SindBancários