Mais uma vez a Federação Nacional dos Bancos se nega a oferecer uma proposta decente, que valorize os bancários. Após quatro rodadas de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, a Fenaban propôs reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário. Pressionada pelo Comando Nacional dos Bancários, a Fenaban ficou de apresentar nesta terça-feira, 30/8, às 14h, em São Paulo, a resposta global das reivindicações, mas, segundo os banqueiros, “sem alterar o modelo de reajuste econômico apresentado”.
Atenção para a participação:
Quinta-feira, 1º/9
Caminhada dos Bancários
Praça da Alfândega, entre o Banrisul e a Caixa, Centro Histórico de Porto Alegre. Concentração a partir das 16h
Assembleia de definição de greve
18h: Sede da Fetrafi-RS (Rua Fernando Machado, 820, Centro Histórico de Porto Alegre)
Diante da intransigência dos banqueiros da Fenaban, o SindBancários foi à luta, seguindo a orientação do Comando Nacional dos Bancários. Na quinta-feira, 1º/9, a partir das 18h, na Sede da Fetrafi-RS, os bancários precisam atender o chamado para a assembleia de GREVE e participar. Vamos decidir juntos o próximo passo da nossa caminhada.
Em tempos de ataques à democracia, a GREVE é a nossa resistência ao golpe nos nossos direitos. Os banqueiros estão entre aqueles megaempresários dispostos a cortar nosso direitos para ampliar o lucro e a exploração. Por isso financiam um o Congresso Nacional mais conservador da história. Assim, podem fazer passar projetos de lei que aumentem o tempo para a aposentadoria. Podem fazer valer o negociado sobre o legislado, rasgando a CLT e a Carteira de Trabalho. E podem também impor uma terceirização que põe em risco a própria categoria bancária.
Por isso, no dia 1º/9, também chamamos para a Caminhada dos Bancários. Com concentração a partir das 16h da Praça da Alfândega, a caminhada irá percorrer as ruas do Centro de Porto Alegre até o endereço da sede da Fetarfi-RS, onde irá ocorrer a assembleia, a partir das 18h.
Caso a proposta da Fenaban seja rejeitada na assembleia de 1º/9, haverá indicativo de greve a partir do dia 6/9, com assembleia organizativa no dia 5 de setembro. “Os banqueiros só querem saber de choradeira. É um setor que lucrou muito mesmo com crise e vem para a mesa dizer que os bancários não precisam de mais nada porque são uma categoria que já ganhou muito. Isso é um desrespeito”, afirmou o repsidemnte do SindBancários, Everton Gimenis.
Para Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, além de não garantir aumento real de salário, a proposta da Fenaban não contempla emprego, saúde, segurança, igualdade de oportunidades e todas as demais reivindicações da categoria.
“A proposta de reajuste é muito ruim e reduz salários. Repetimos para a Fenaban que abono significa um retrocesso. Queremos a reposição da inflação e ganho real, um modelo consagrado há mais de doze anos de negociações. Por estas razões, o Comando Nacional já disse à Fenaban que vai orientar a rejeição da proposta apresentada. Chegou a hora de cada bancário e bancária mostrar a sua disposição para a luta. Afinal, Só a Luta te Garante”, afirma Roberto von der Osten.
“Apresentamos toda nossa pauta, passamos a terceira rodada, no dia 24, ouvindo e debatendo os argumentos dos bancos. Hoje deveriam ter trazido para a mesa proposta global, mas só trouxeram a econômica e ainda muito baixa. Cobramos e os bancos voltam para mesa de negociação nesta terça-feira para responder pontos omitidos nessa proposta”, ressaltou Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando.
Os eixos centrais da campanha são: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade na Campanha Nacional, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.
O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos pelos banqueiros.
Proposta dos bancos
Reajuste de 6,5% (representa perda de 2,8% para os bancários em relação à inflação de 9,57%).
Abono de R$ 3.000,00 (parcela única, não incorporado aos salários).
Piso portaria após 90 dias – R$ 1.467,17.
Piso escritório após 90 dias – R$ 2.104,55.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.842,96 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.153,21, limitado a R$ 11.550,90. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.411,97.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.306,41.
Antecipação da PLR – Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 02/03/2017. Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.291,92, limitado a R$ 6.930,54 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.153,21.
Auxílio-refeição – R$ 31,57.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 523,48.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 420,36.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 359,61.
Vale-Cultura R$ 50 (mantido até 31/12/2016, quando expira o benefício).
Gratificação de compensador de cheques – R$ 163,35.
Requalificação profissional – R$ 1.437,43.
Auxílio-funeral – R$ 964,50.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 143.825,29.
Ajuda deslocamento noturno – R$ 100,67.
Leia abaixo edital de convocação da assembleia:
https://www3.sindbancarios.org.br/wp-content/uploads/2016/09/edital_assembleia_01092016.pdf
Principais reivindicações dos bancários
Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.
PLR: 3 salários mais R$8.317,90.
Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.
13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Fonte: Contraf-CUT, com Imprensa SindBancários