A empregada da Caixa e diretora do SindBancários Caroline Heidner analisa o novo "Plano de Incentivos" da empresa
Novidade na Caixa esta semana, o Plano de Incentivo aos Empregados Caixa IPO é analisado pela empregada da Caixa e diretora do SindBancários, Caroline Heidner, neste artigo. Para a diretora, a empresa joga na divisão dos empregados, proporcionando um “crediário privatista” e deixando a privatização da Caixa, que está ocorrendo “aos pedaços”, mais palatável aos empregados.
Confira o artigo:
Pedro Guimarães inova na Caixa – chegou o crediário privatista
A direção bolsonarista da CAIXA distribuiu aos empregados mensagem restrita ao público interno, anunciando o “Plano de Incentivos aos Empregados CAIXA IPO CAIXA Seguridade Participações S.A”. Trata-se de uma espécie de crediário para os empregados comprarem ações na abertura de capital da subsidiária.
Na mensagem a direção usa o eufemismo “Empregado Investidor” e oferece “um conjunto de condições especiais para aquisição de Ações”. Na prática, um crediário privatista. Vejamos as “vantagens”:
Adiantamento de salário a ser pago em até 10 parcelas, conversão em espécie do saldo de APIP sem limitação do teto de 30 dias anuais e ainda conversão em espécie de saldo disponível de LP sem limitação do teto de 30 dias anuais. Tudo desde que com destinação específica para reserva direta de ações no âmbito da Oferta Pública.
Com isso, a direção tenta tornar a privatização aos pedaços da Caixa palatável aos empregados. Apela para a possibilidade de um ganho individual – que pode ou não se concretizar, afinal todo o investimento no mercado de ações é atrelado a risco – e joga na divisão da histórica mobilização dos empregados Caixa em defesa do banco público. E não é para menos que Pedro Guimarães tenta quebrar essa unidade, afinal é justamente a mobilização dos empregados que há décadas impõe derrota aos movimentos de privatização da Caixa.
Por fim, cabe destacar que se o ganho individual é incerto, o prejuízo coletivo… ah! Esse é uma certeza! E na hora do prejuízo, colega, tanto faz se você é um mero empregado ou um arrojado “Empregado Investidor” – com direito às letras maiúsculas de substantivo próprio, marcando a distinção do restante –, a conta vem. Afinal, a privatização da Caixa Seguridade é apenas a primeira de uma série prevista e todas têm o mesmo objetivo: repasse dos recursos
levantados na venda à União, com diminuição da Caixa, da sua rentabilidade e o consequente enfraquecimento do banco. Caixa menor e mais fraca impacta no Saúde Caixa, na Funcef e na piora das já duríssimas condições de trabalho. Portanto, somos contra o processo privatista de Bolsonaro e Pedro Guimarães.
Fora Bolsonaro! Caixa 100% pública!
Caroline Heidner
Empregada Caixa e diretora no SindBancários de Porto Alegre e Região