A manhã da segunda-feira, 30/7, foi de indignação e medo para os colegas que trabalham na agência de Gravataí do Bradesco. Afinal, foi a segunda vez que os(as) bancários(as) chegavam ao seu local de trabalho e se deparavam com as ações de criminosos visíveis nas paredes da agência em julho. Na segunda-feira, os criminosos só não fugiram com dinheiro porque o alarme da agência soou quando eles já haviam invadido o banheiro. No dia 9 de julho, a ação dos criminosos havia sido mais ousada. Ele ingressaram no interior da agência de madrugada quebrando paredes de uma loja de veículos vizinha.
Mas o mais incrível foi que o banco, mesmo tendo a agência danificada e colegas bancários preocupados com a segurança, queria manter a agência aberta. O SindBancários compareceu à agência do Bradesco no Centro de Gravataí e garantiu a integridade dos trabalhadores. Somente seria permitida a abertura após a obra de reparo do local por onde os criminosos invadiram.
O diretor do SindBancários, Eduardo Munhoz, esteve na agência na manhã da segunda-feira. Ele contou que percebeu que a decisão do banco era manter a agência aberta. Como viu que os colegas estavam trabalhando desconfortáveis e com medo, providenciou a interrupção das atividades. “Não havia condição de trabalho com uma parte da agência vulnerável por causa dos danos causados pelos criminosos. Todos estavam com medo. Então, colocamos uma faixa na frente da agência e dissemos que só seria liberado após as obras de reparação”, explicou Eduardo.
As obras então foram logo providenciadas. Assim que o reparo ficou pronto, por volta das 11h30, a agência voltou a funcionar. Os bancários precisam ficar atentos a esse tipo de atitude do banco. Uma agência não pode funcionar com uma porta destruída ou com um buraco na parede. Além disso, os colegas devem pedir que seja emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e chamar o Sindicato sempre para que seus direitos sejam garantidos.
Mais violência em julho
Os dois ataques à agência Gravataí do Bradesco no mês de julho não ocorreram por acaso. Há uma onda de ataques a bancos em todo o Estado. São cordões humanos, assaltos realizados por quadrilhas altamente especializadas e bem armadas por todo o Estado. Até as 17h30 da terça-feira, 31/7, o levantamento do SindBancários havia registrado 16 ataques a bancos no sétimo mês deste ano. Em 2017, o mesmo mês de julho teve 10 ataques. Quer dizer, de um ano para outro houve um crescimento de 60% no volume de ataques a bancos no mês de julho em todo o Estado.
Se considerarmos os sete primeiros meses do ano, partindo do dia 1º de janeiro deste ano até o dia 31 de julho, o ataque à agência Bradesco de Gravataí foi o de número 84. No mesmo período do ano passado, tivemos a ocorrência de 71 casos. Com isso, o crescimento do volume de ataques a bancos de um ano para outro foi de 18,3%.
Resumo dos dados
Ataques a bancos no mês de julho de 2018 (31 dias): 16
Ataques a bancos no mês de julho de 2017 (31 dias): 10
Crescimento dentro do mês de 2017 para 2018: 60%
O mês de julho de 2018 teve 50% mais ataques a bancos do que o mês de julho de 2017 em todo o RS.
Janeiro a julho de 2018: 84 ataques a bancos
Janeiro a julho de 2017: 71 ataques a bancos
Crescimento de ataques a bancos no RS no período de 1º de janeiro a 30 de julho de 2017 para o mesmo período de 2018: 18,3%.
Os primeiros sete meses do ano (contando 30 dias de julho) de 2018 registraram 12 ataques a bancos a mais do que o mesmo período do ano passado, com aumento de 18,3%.
Metodologia
O levantamento do SindBancários é realizado desde maio de 2016 com base no acompanhamento dos casos de ataques a bancos em todo o Estado que são publicados em sites e em jornais tradicionais ou que chegam via relato de bancários ou de dirigentes.
Julho 2018
1. Dia 05: Banco do Brasil (Canguçu). Quadrilha provocou blecaute ao explodir transformador para invadir agências e abrir caixas eletrônicos com explosivos.
2. Dia 05: Banco do Brasil (Maximiliano de Almeida). Quadrilha explode agência em tentativa de arrombamento de madrugada e incendeia caminhão.
3, 4. Dia 05: Banco do Brasil e Banrisul (Jaquirana). Quadrilha ataca duas agências bancárias e uma lotérica e usa cordão humano para fugir com dinheiro. Novo Cangaço.
5. Dia 06: Itaú (Boa Vista do Incra). Criminosos invadem agêncoia com o uso de explosivos para atacar caixas eletrônicos.
6. Dia 06: Santander (Novo Hamburgo). Criminosos assaltam agência no Centro, fogem com dinheiro e trocam tiros com a Brigada Militar.
7. Dia 06: Itaú (Canoas). Cliente é morto a tiro em agência nbo bairro Niterói em saidinha de banco.
8. Dia 09: Bradesco (Gravataí). Criminosos arrombam agência entrando por loja de veículos vizinha.
9. Dia 11: Banrisul (Sapiranga). Três assaltantes atacam posto bancário no centro. Proprietário reage, mata um criminoso e outro morre atingido pelo comparsa.
10. Dia 12: Bradesco (Porto Alegre). Assalto à mão armada agência São João, na Assis Brasil, com criminosos mantendo bancários, vigilantes e clientes como reféns.
11. Dia 16: Banco do Brasil (Porto Alegre). Assaltantes entram em agência na Av. Carlos Gomes, por buraco feito em parede de loja vizinha. Rendem funcionários e roubam dinheiro.
12. Dia 27: Sicredi (Arroio do Padre). Criminosos explodem agência bancária e disparam rajadas de metralhadora.
13. Dia 27: Bradesco (Vale Real). Assaltantes invadem agência, rendem caixa do banco e cliente, amarram-nas no banheiro e fogem com dinheiro dos caixas eletrônicos.
14. Dia 28: Terminal (Farroupilha). Quadrilha com 10 homens armados explodem caixa eletrônico em posto de combustível após fazer cordão humano.
15. Dia 28: Bradesco (Cerro Grande do Sul). Quadrilha explodiu caixas eletrônicos de madrugada, mas não conseguiu levar dinheiros por causa de dispositivo que manchou notas com tinta.
16. Dia 30: Bradesco (Gravataí). Criminosos arrombam agência, mas fogem assim que o alarme dispara sem levar nada.
Fonte: Imprensa SindBancários