Defesa do Banrisul precisa unir banrisulenses, categoria bancária e a sociedade gaúcha

O processo de desmonte das estatais e da redução do tamanho do estado, colocado em prática pelo governo Sartori, chegou ao seu momento mais dramático com o pacotaço que o governador conseguiu aprovar parcialmente na Assembleia Legislativa do Estado ao final deste ano. Fundações estaduais importantes, como FEE, Cientec, Zoobotânica, Fundação Cultural Piratini e Fepagro, assim como Metroplan, FIGTF e FDRH, já foram extintas, deixando mais de 1.200 servidores públicos desempregados. Mas a sangria não terminou: há mais 11 projetos a serem votados nos próximos dias. Verdade que Sartori não colocou ainda, no grupo de ativos do estado a serem extintos ou entregues à iniciativa privada, o Banrisul. E ele afirma que não quer vender o grande banco dos gaúchos.

Mas a experiência garante que, realmente, não dá para confiar nisso.

História desmente Sartori

Um pouco de memória histórica. Em 1996, José Ivo Sartori era líder do governo de Antônio Britto na Assembleia Legislativa, em pleno período de FHC na Presidência da República. Sartori conseguiu aprovar com os deputados a venda da CRT e de parte da CEEE. Na época, ele já encaminhava a venda do Banrisul. Conseguiu entregar ao Bradesco a União de Seguros, pertencente ao Grupo Banrisul. E a privatização do banco estadual só não aconteceu porque Olívio Dutra foi eleito governador do estado…

O vale-tudo privatista de então incluía cenas de teatro: Britto chegou a ir para a TV chorar, dizendo que a oposição tinha “inventado” que ele iria vender a CRT.

No fim, vendeu mesmo, com a desculpa de solucionar a dívida do estado (o que não solucionou nada, a dívida só aumentou). Quem são os mentirosos?

Portanto, não dá para confiar no que diz o mesmíssimo Sartori, vinte anos depois. É preciso sempre muita atenção e disposição de lutar pelo que é nosso, de todos os gaúchos e gaúchas.

Afinal, falar da importância do Banrisul público para o Rio Grande do Sul chega a ser chover no molhado. Criado em 1928, para atender a necessidade de crédito rural, ele terminou se fortalecendo como um dos esteios de financiamento de toda a população.

Banrisul: números falam por si

O Banrisul está presente em 347 municípios do estado. Em 87 destas cidades, ele é o único banco que existe, à disposição dos moradores e visitantes. Suas 536 agências estão espalhadas democraticamente pelo Rio Grande, além de oferecer cerca de 700 postos de atendimento.

Sua abrangência atinge 98,5% da população gaúcha. E a participação do banco no PIB do RS é ainda um pouco maior: 98,9% – conforme o Balanço Patrimonial das Estatais.

Em setembro de 2016, seus ativos totais atingiram R$ 67.888 milhões.

A carteira de crédito registrou, na mesma data, R$ 30.147 milhões.

O patrimônio líquido foi de R$ 6.472 milhões.

Já o lucro líquido, em setembro deste ano de 2016, ficou em R$ 495 milhões.

Os investimentos foram de R$ 969 milhões.

Até setembro de 2016, o Banrisul possuía 11.255 empregados.

A experiência com as privatizações pelo Brasil afora ensina, didaticamente, que a toda a venda ou cortes nas estatais corresponde uma perda de força que se reflete com dureza sobre a população, além do violento corte de postos de trabalho.

Redução do estado a qualquer preço

José Ivo Sartori, sua equipe de governo e seus apoiadores têm o sistema neoliberal como modelo, mesmo que evitem reconhecer isto claramente. Defendem a redução do tamanho do estado ao mínimo, seja a que preço for.

Uma prova que as privatizações de estatais, na maioria dos casos, são muito mais uma ideologia do que uma necessidade, é que eles não se importam de matar verdadeiras galinhas dos ovos de ouro. Embora sejam de propriedade de toda a população, são enfraquecidas ou entregues de presente ao mercado.

Contradição: quem se importa?

É importante lembrar ainda que todos os governantes gaúchos, quando enfrentam dificuldades de caixa para pagar compromissos e os salários dos servidores, recorrem aos recursos do Banrisul. O próprio Sartori vem se utilizando disso, ao seu modo. Mas ele não parece considerar este fato uma contradição. Afinal, o objetivo é fortalecer somente o mercado.

Por tudo isso, a ameaça ao Banrisul é real e continua.

Verdade que, para atingir este ponto, o governador do PMDB precisa obter da Assembleia Legislativa a aprovação do projeto de lei que extingue a necessidade de plebiscito para a venda de grandes estatais.

No entanto, isto pode vir a acontecer.

O Sindicato está atento. Mas a participação de todos e todas nesta luta é fundamental.

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